Com o aumento das mudanças climáticas provocadas pela ação humana no meio ambiente, os casos de desastres ambientais ou climáticos cresceu exponencialmente em todo o mundo. Nesta semana, a tragédia no Rio Grande do Sul completou 20 dias.
Segundo boletim da Defesa Civil divulgado neste sábado (18), o número de mortos devido às enchentes e alagamentos subiu para 155. Segundo o monitoramento, 77 mil pessoas estão em abrigos, 806 estão feridas e 94 estão desaparecidas. O número total de pessoas atingidas passa de 2 milhões.
Parte da tragédia que atingiu mais de 440 municípios gaúchos foi causada pela ação do homem, que construiu em locais onde não deveria construir, em áreas de alagamento, e não fez as manutenções corretas nos diques de contenção e nas barreiras anti-alagamento. O apontamento foi feito pelo professor Roberto Reis, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), para a Agência Brasil.
Segundo um estudo coordenado pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, em todo o Brasil são 1.942 municípios suscetíveis a desastres associados a deslizamentos de terra, alagamentos, enxurradas e inundações.
No Paraná, 76 cidades tem risco de desastre ambiental conforme a pesquisa. O CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) acompanha, atualmente, 36 municípios paranaenses com registro de acidentes, decorrentes “de movimentos de massa (deslizamentos de encosta, corridas de massa, solapamentos de margens/terras caídas, queda/rolamento de blocos rochosos e processos erosivos) e/ou decorrentes de processos hidrológicos (inundações, enxurradas, grandes alagamentos)”.
O estudo do governo federal aponta a urbanização rápida e desordenada como uma das causas desses fenômenos. “Assim como a segregação sócio-territorial, têm levado as populações mais carentes a ocuparem locais inadequados, sujeitos a inundações, deslizamentos de terra e outras ameaças correlatas. Essas áreas são habitadas, de forma geral, por comunidades de baixa renda e têm poucos recursos para se adaptarem ou se recuperarem dos impactos desses eventos, tornando-as mais vulneráveis a tais processos”, aponta o documento.
Em 2023, alguns desastres naturais foram registrados no Paraná. Entre eles, a inundação das cidades de União da Vitória, Rio Negro e São Mateus do Sul, quando 13 mil pessoas foram afetadas. Na época, o Rio Iguaçu ultrapassou os 8 metros. Já em 2022, um deslizamento de terra na BR-376, na Serra do Mar, deixou duas pessoas mortas e outras 14 feridas. O incidente foi registrado em novembro, quando a rodovia ficou 10 dias interditada.
Confira abaixo as cidades do Paraná com risco de desastre ambiental
Municípios acompanhados pelo CEMADEN:
Número | Cidade | Estado |
1 | Almirante Tamandaré | PR |
2 | Antonina | PR |
3 | Apucarana | PR |
4 | Borrazópolis | PR |
5 | Cambará | PR |
6 | Campina Grande do Sul | PR |
7 | Campo Largo | PR |
8 | Campo Magro | PR |
9 | Cantagalo | PR |
10 | Capitão Leônidas Marques | PR |
11 | Cerro Azul | PR |
12 | Colombo | PR |
13 | Curitiba | PR |
14 | Fazenda Rio Grande | PR |
15 | Foz do Iguaçu | PR |
16 | Francisco Beltrão | PR |
17 | General Carneiro | PR |
18 | Guaraniaçu | PR |
19 | Itaperuçu | PR |
20 | Ivaté | PR |
21 | Jaguapitã | PR |
22 | Jaguariaíva | PR |
23 | Morretes | PR |
24 | Paranaguá | PR |
25 | Pato Branco | PR |
26 | Pinhais | PR |
27 | Piraquara | PR |
28 | Querência do Norte | PR |
29 | Rio Branco do Sul | PR |
30 | Rio Negro | PR |
31 | São José dos Pinhais | PR |
32 | São Mateus do Sul | PR |
33 | São Miguel do Iguaçu | PR |
34 | Tuneiras do Oeste | PR |
35 | Umuarama | PR |
36 | União da Vitória | PR |
Cidades monitoradas no estudo do Governo Federal:
Número | Cidade | Estado |
1 | Almirante Tamandaré | PR |
2 | Altamira do Paraná | PR |
3 | Alto Piquiri | PR |
4 | Antonina | PR |
5 | Apucarana | PR |
6 | Araucária | PR |
7 | Bandeirantes | PR |
8 | Barracão | PR |
9 | Bituruna | PR |
10 | Borrazópolis | PR |
11 | Cambará | PR |
12 | Campina Grande do Sul | PR |
13 | Campo Largo | PR |
14 | Campo Magro | PR |
15 | Cantagalo | PR |
16 | Capitão Leônidas Marques | PR |
17 | Cerro Azul | PR |
18 | Chopinzinho | PR |
19 | Colombo | PR |
20 | Cruz Machado | PR |
21 | Curitiba | PR |
22 | Dois Vizinhos | PR |
23 | Fazenda Rio Grande | PR |
24 | Foz do Iguaçu | PR |
25 | General Carneiro | PR |
26 | Guaraniaçu | PR |
27 | Guaraqueçaba | PR |
28 | Guaratuba | PR |
29 | Ibiporã | PR |
30 | Imbituva | PR |
31 | Irati | PR |
32 | Iretama | PR |
33 | Itaperuçu | PR |
34 | Ivaí | PR |
35 | Ivaté | PR |
36 | Jacarezinho | PR |
37 | Jaguapitã | PR |
38 | Jaguariaíva | PR |
39 | Jataizinho | PR |
40 | Laranjeiras do Sul | PR |
41 | Londrina | PR |
42 | Mallet | PR |
43 | Manfrinópolis | PR |
44 | Maria Helena | PR |
45 | Marquinho | PR |
46 | Medianeira | PR |
47 | Morretes | PR |
48 | Nova Laranjeiras | PR |
49 | Paranaguá | PR |
50 | Paranavaí | PR |
51 | Pato Branco | PR |
52 | Paula Freitas | PR |
53 | Pinhais | PR |
54 | Piraí do Sul | PR |
55 | Piraquara | PR |
56 | Pitanga | PR |
57 | Porto Amazonas | PR |
58 | Porto Vitória | PR |
59 | Prudentópolis | PR |
60 | Querência do Norte | PR |
61 | Quitandinha | PR |
62 | Rebouças | PR |
63 | Reserva | PR |
64 | Rio Brando do Sul | PR |
65 | Rio Negro | PR |
66 | Rolândia | PR |
67 | Santo Antônio da Platina | PR |
68 | Santo Antônio do Sudoeste | PR |
69 | São José de Boa Vista | PR |
70 | São Mateus do Sul | PR |
71 | São Miguel do Iguaçu | PR |
72 | Sengés | PR |
73 | Sulina | PR |
74 | Tuneiras do Oeste | PR |
75 | Umuarama | PR |
76 | União da Vitória | PR |
O levantamento ainda identificou os desastres ambientais no Brasil entre 1991 e 2022, quando foram registrados 23.611 eventos, 3.890 óbitos e 8,2 milhões de desalojados ou desabrigados decorrentes de inundações, enxurradas e deslizamentos de terra. O estado brasileiro com maior número de pessoas em situação de risco é São Paulo, seguido por Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Conforme o estudo (clique aqui para ler na íntegra) a atualização anual dos dados, a ampliação do monitoramento e sistemas de alertas para risco relativos a inundações, e a divulgação dessas informações para as instituições e órgãos competentes são algumas das recomendações para minimizar os danos de desastres ambientais futuros.
“Diante dos desastres ocorridos que causaram tantas perdas humanas, desabrigados e desalojados, além de incontáveis danos materiais e de degradação ao meio ambiente, é fundamental promover ações governamentais coordenadas voltadas à gestão de riscos e prevenção de desastres”, diz a conclusão do estudo.
Principais ameaças naturais
Conforme o CEMADEN, não é possível evitar que ameaças naturais, como chuva e tempestade, aconteçam, mas podemos minimizar seus impactos. “No Brasil, a maioria das ameaças naturais com risco de desastre está relacionada a fatores climáticos. Geralmente, nos períodos chuvosos acontecem as inundações e os movimentos de massa, assim como, durante a seca, aumentam os riscos de estiagem, secas hídricas e incêndios.”
As principais ameaças naturais são deslizamento de terra, enxurrada, inundação, tornados e tromba d’água e secas. Você pode conferir todos os detalhes clicando aqui.
* com informações de Paraná Portal